A Madona

Uma das vantagens de chegar cedo é ter sempre lugar para estacionar. Estávamos em Abril. Embora frio, as manhãs já irradiam luz. O verão está perto. Praia. Era capaz de passar o resto da vida na praia, sem precisar de mais nada. O café da esquina já estava de portas abertas. O primeiro café do dia. Aproveitou o bom tempo primaveril e sentou-se na esplanada. Fumou um cigarro. Era o terceiro do dia. Tinha de acabar com isto. O objectivo antes de chegar ao verão era que o cigarro a seguir ao café fosse o primeiro do dia.
Entrou na farmácia. Era sempre a primeira a chegar.  Gostava do ritual de ser ela a abrir a farmácia. Gostava do vazio. Devia ter escolhido uma profissão onde não tivesse de falar com as pessoas.
Ligou o rádio. Estava a dar Madona! Que boa maneira de começar o dia. Ligou as máquinas, as luzes das vitrines, arrumou algum material que tinha chegado de véspera. Foi até ao escritório dar a vista de olhos pelos suspeitos do costume: jornais on-line,  facebook e mail.


Pá... fiquei sem saldo. Tu acreditas que aquele cabrão não se acredita que tu não me disseste que o tinhas visto? Acha que foste logo contar-me .... mas quem é que aquele grande filho da puta pensa que é para tu me vires dizer que o viste? ah!? pensa que é quem? A madona?
Desculpa lá... falamos depois. Jantamos?

É bom ter amigos que gostam tanto da Madona como ela.

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