Biclas, bicicletas e triciclos

Sempre adorei bicicletas mas, durante muitos anos, só tive direito a um triciclo. Depois de muita insistência da minha parte, os meus pais incentivaram-me a poupar uns trocos para os ajudar a comprar a bicicleta.
Estabeleci um rigoroso plano económico que envolveu as seguintes medidas:

- Peditórios de rua para o S. João (como morava na baixa do Porto, deu bastante resultado);

- Corridas desenfreadas para o telefone público, que na altura existia na confeitaria dos meus pais, sempre que um cliente terminava a chamada e se esquecia de verificar se caíam moedas;

- Acréscimo de corrida desenfreada quando os clientes deixavam gorjetas na mesa.

Ok, aqui passei dos limites. Tive que ser chamada à razão, de que aquele dinheiro era para os empregados e não para o meu Fundo Monetário para Bicla. Foi nesta altura, talvez com receio da próxima medida da filha, que os meus pais me deram a bicicleta.
Com ela veio outro problema: tinha de aprender a andar sem rodinhas. Ainda hoje suspeito que ninguém na família mais próxima sabe andar de bicicleta, porque foi preciso chamar um amigo dos meus pais para me ensinar esse feito extraordinário, quando já era quase a única na rua a usar essas medonhas rodinhas.

Depois foi um mundo novo! Ainda hoje tenho marcas, que incluem cicatrizes e dentes partidos, mas que foi giro foi!
Ah! E uma vez, na primária, até fiz uma redacção dedicada à minha bicla, que me rendeu um valente castigo, porque bicla não existe, mas sim bicicleta.
Hoje quase que não tiro a bicla da garagem mas, adoro fotografar as dos outros!


Comentários

  1. a minha primeira foi uma bmx! andava com ela as voltas numa rua onde nao tina transito... dri

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