Instagram meu Instagram meu, haverá alguém mais parvinho do que eu?

Tenho uma enorme dificuldade em compreender as redes sociais.
Acho mesmo, que devo estar ali no limite de ser uma info-excluída no que a estas redes respeita.

Quando a minha filha era bebé, uma vez alguém me disse que, andando a cria sempre tão gira, ainda haveria de ser blogger.
Eu entrei em pânico. A minha filha? Blogger? Então, mas eu a planear gastar rios de dinheiro na educação dela, mais poupar para a faculdade, mais poupar se ela quiser ir estudar para fora. Blogger?!! É certo, que tenho o mesmo preconceito quando dizem que o mais velho poderia dar em jogador da bola. 
Mas, não deixa de ser um preconceito diferente.
Não entendo isto dos bloggers e muito menos o mundo dos media influencers. O que leva alguém a querer ter aquela vida?

Vamos excluir aquele pessoal que, por ter uma conta no instagram já se acha no direito de mandar e-mails para unidades hoteleiras e afins a pedir cenas. Basicamente, vamos excluir quem cabe tão e somente na enorme categoria que dá vontade de nos atirarmos para o chão a rir.
Vamos aos que trabalham à séria. é que é mesmo à séria. Sem descanso. 
O que é privado nestas vidas? Nalguns casos imagino que muita coisa, que a pessoa cria um boneco e deixa muito de fora. Noutros pouco ou nada é privado. Em ambos os casos, devem tirar milhares de fotos, milhares de poses. Nada ou quase nada naquelas vidas é natural. Espontâneo. As férias daquela gente, apesar de lhes invejar o tempo de férias e o nem haver diferença entre a semana e fim de semana, apesar de todos fazerem posts a dizer que o fim de semana está quase aí, as férias, dizia eu, seriam um inferno para mim. Os jantares seriam um inferno. A ida à praia um inferno.
E depois há as crianças. Há quem passe todos os limites, que se esqueça que parentalidade não é bem a mesma coisa que ser dono da criança. Que entre muitas outras coisa, temos que as proteger. O que elas vão achar disto tudo quando forem grandes?
Só conheço e falo do caso português. Não sei bem como será lá fora, mas acho que mais do mesmo a uma escala maior.  
Se bem que por aqui, há muita coisa tão má, tão má que doí. A maioria escreve texto tipo redações da quarta classe. Mentem descaradamente. Ludibriam quem os segue and so on. Acho que eventualmente vai haver uma diminuição desta classe. Os seguidores começam a abrir os olhos e as marcas, principalmente as marcas vão arranjar formas de avaliar o retorno financeiro das parcerias.
Ficarão alguns. Que atire a primeira pedra quem nunca se deixou influencia! Eu mesma, ainda há dias mandei vir umas etiquetas para as coisas de escola das crias, influenciada pela Pipoca.


Isto tudo para dizer o quê?
Que tenho uma amiga de uns amigos que está na primeira categoria. Tem andado a postar uma fotos suas num sítio cheio de glamour, onde sei que efectivamente costuma ir. Fato de banho, mais fato de banho, mais top .... sempre todos os dias. Tudo é maravilho.
Esbarrei-me com ela ontem no take away. Mas no insta continuava maravilhosa de fato de banho top lá no sítio do glamour.

Comentários

  1. Se eu (ou nós, ou quem tiver Wi-Fi) quiser saber em que escola o filho anda, onde vivem, onde estão, onde vão, quem são os maridos/mulheres/pais/familiares/amigos, que supermercados frequentam, o atl dos miúdos, professores dos miúdos, médicos de família, clínicas onde são assistidos, e por aí fora, não é nada, mas nada difícil! Até à minha avó que têm acesso ao FB conseguiria dizer se lhe fosse ensinado. Esta gente não pensa? Já nem falo nas consequências a que se sujeitam no momento, mas também as futuras. Para elas e para os seus. A parte das marcas nem falo... Há umas que o fazem muito bem, há outras que só falta porém uma placa no pescoço e venderem-se a elas próprias. Aos bocados, que se calhar rendia mais.

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